Sobrelotação habitacional em Portugal aumentou 4% desde 2022
Há mais de 600 mil portugueses em condições severas de sobrelotação, segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento
A taxa de sobrelotação em Portugal Continental aumentou 4%, relativamente a 2022. Na Região Autónoma dos Açores a percentagem é superior, com um aumento de 10%. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR).
No ano de 2023, mais de 1 milhão de portugueses vivia em alojamentos em que o número de divisões habitáveis (≥ 4 m2 ) era insuficiente para o número de membros do agregado. A taxa de sobrelotação, à semelhança dos anos anteriores, é superior em casos de situação de pobreza: mais de um quinto dos portugueses, em condições precárias de sobrelotação, admite não ter recursos financeiros suficientes para alojamentos “apropriados”.
A taxa de sobrelotação é mais elevada em áreas predominantemente urbanas, como Lisboa e Porto (14,9%), e mais frequente nos jovens até aos 17 anos de idade (21,8%). Por outro lado, verificou-se, ainda, que 36,4% da população vivia em situações de subocupação, onde o número de divisões é superior ao necessário. Metade desta proporção é relativa à população mais idosa (56,2%) e a famílias sem crianças dependentes (51,7%).