Joaquim Furtado – pioneiro no jornalismo da liberdade
Foi na madrugada do 25 de Abril que Joaquim Furtado abriu portas ao jornalismo livre e independente, que ajudou a consolidar a democracia portuguesa. Oriundo do interior de Castelo branco, foi o locutor do primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas, no Rádio Clube Português. Em entrevista à Rádio Observado, relembra o dia em que deu voz ao 25 de Abril: “Senti que era a voz de uma força que estava a levantar-se.”
Nascido a 1948, mudou-se com a família, ainda criança, para a cidade de Lisboa, onde conheceu Maria Helena Fonseca, futura esposa e mãe das duas filhas: Catarina e Marta Furtado. Despertou a sua paixão pelo jornalismo logo aos 18 anos, na Rádio Universidade, uma das criações da Mocidade Portuguesa. Ao fim de três anos, regressou ao Rádio Clube, emissora de radiodifusão, e, após o seu célebre comunicado e obtida a carteira profissional de jornalista, mudou-se para a Radiotelevisão Portuguesa, em fevereiro de 1975.
O jornalista manteve-se sempre fiel à estação RTP, onde desempenhou diversas funções. Nos finais de 1995, foi nomeado diretor-coordenador da informação e programação, mas abandonou o cargo anos mais tarde, em 1998. Foi autor da série documental “A Guerra”, trabalho distinguido pelo Prémio Gazeta, em 2007, atribuído pelo Clube de Jornalistas. Atualmente, relembra aquilo que já fez, para que a memória deste dia viva na voz dos que o contruíram, embora considere que “os jovens acham que o que está para trás, não importa” – confessou em entrevista ao Observador.